quarta-feira, 27 de abril de 2011

MODERNISMO

  O sentido da palavra "modernidade", não pode ser confundido com o da expressão "literatura modernista",surgida cronologicamente em 1922, com a Semana da Arte Moderna - embora seja verdade que nesse movimento saíram os princípios de renovação estética e criação poética que, de uma forma ou outra, influenciam a produção literária até hoje.
  A literatura da modernidade não quer ser mais construída como reflexo, idealizado ou não, da realidade ambiente - como ainda ocorria com o Romantismo e o Realismo - Naturalismo e,  quando se volta para essa realidade, é para significá-la de modo bem diverso. A literatura da modernidade liberta-se da ordem espacial, temporal e objetiva e procura diminuir as diferenças entre a proximidade e a distancia, entre céu e terra.

PRINCIPAIS AUTORES DO MODERNISMO

Carlos Drummond de Andrade


 Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro. Drummond, como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, mostrando que este não depende de um metro fixo. Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.



No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra



Comentário: um dos poetas (se não o mais) mais conhecidos do Brasil, Carlos Drummond de Andrade possui poesias de diversos assuntos... Desde a existência do ser humano até sua terra natal, todos com um ‘fundo’ de filosofia.
Cecília Meireles


 Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É consideradas umas das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Freqüentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916. Como professora, estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional. Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectro, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Canção
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.


Comentário: quando se fala em poesias brasileiras, logo vem à mente poesias de Cecília. Palavras simples com rimas ou não, envolvem o leitor de tal maneira que nos faz se prender as palavras construindo cenários.
Jorge Amado

Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
         Existem dúvidas sobre o exato local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que o seu nascimento se deu na Fazenda Auricídia, à época município de Ilhéus.
No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances. Foi para o Rio de Janeiro, então capital da república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado.
         Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste aspecto do mesmo. Suas obras são umas das mais significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Em 1945, (PCB), o que lhe rendeu fortes pressões políticas foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro 

Gabriela, cravo e canela.
“Entrou de mansinho e a visto dormido numa cadeira. Os cabelos longos espalhados nos ombros. Depois de lavados e penteados tinham-se transformado em cabeleira solta, negra, encaracolada. Vestia trapos, mas limpos, certamente os da trouxa. Um rasgão na saia mostrava um pedaço de coxa cor de canela, os seios subiam e desciam levemente ao ritmo do sono, o rosto sorridente.”


         Jorge Amado, modernista da segunda geração deu vida a vários romances, o brilho da vida de uma antiga professora o inspira a escrever “Gabriela, Cravo e canela” um grande sucesso, que esconde atrás de sua própria história a modernidade brasileira, que é transformada radicalmente e agora está no auge da liberdade, transmitindo o sentimento e o envolvimento aqueles que apreciam uma boa história.

domingo, 24 de abril de 2011




Oswald de Andrade

José Oswald de Sousa de Andrade Nogueira (São Paulo, 11 de janeiro de 1890 — São Paulo, 22 de outubro de 1954) foi um escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro. Era filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e de Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Seu nome pronuncia-se com acento na letra a (Oswáld).
Foi um dos promotores da Semana de Arte Moderna que ocorreu 1922 em São Paulo, tornando-se um dos grandes nomes do modernismo literário brasileiro. Foi considerado pela crítica como o elemento mais rebelde do grupo, sendo o mais inovador entre estes.
Foi um dos principais artistas da Semana de Arte Moderna e lançou o Movimento Pau-Brasil e a Antropofagia, corrente que pretendia devorar a cultura européia e brasileira da época e criar uma verdadeira cultura brasileira.


Canto de Regresso à Pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.

Comentário: Nesse poema o autor fala das belezas brasileiras em específico o estado de São Paulo. Demonstra a saudade de sua terra e faz uma comparação em relação as belezas aqui encontradas.

Mário de Andrade


 Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 - São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador e crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo daetnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.
Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos.Músico treinado e mais conhecido como poeta e romancista, Andrade esteve pessoalmente envolvido em praticamente todas as disciplinas que estiveram relacionadas com o modernismo em São Paulo, tornando-se o polímata nacional do Brasil. Suas fotografias e seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. 


Eu Sou Trezentos...

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, 
As sensações renascem de si mesmas sem repouso, 
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras! 
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro! 

Abraço no meu leito as milhores palavras, 
E os suspiros que dou são violinos alheios; 
Eu piso a terra como quem descobre a furto 
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos! 

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, 
Mas um dia afinal eu toparei comigo... 
Tenhamos paciência, andorinhas curtas, 
Só o esquecimento é que condensa, 
E então minha alma servirá de abrigo. 


Comentário: Nessa obra podemos perceber que Mário utiliza de características do Modernismo, pela a estrutura do poema, a forma como o autor escreve algumas palavras, como por exemplo: cincoenta, milhores e a liberdade do tema abordado.
Manuel Bandeira


O recifense Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho mudou-se ainda jovem para o Rio de Janeiro. Em 1903, transferiu-se para São Paulo, onde iniciou o curso de engenharia na Escola Politécnica. No ano seguinte, abandonou os estudos por causa da tuberculose e retornou para o Rio, onde escreveu poesia e prosa, fez crítica literária e deu aulas na Faculdade Nacional de Filosofia. Por causa da doença, passou longos períodos em estações climáticas no Brasil e na Europa. Entre 1916 e 1920, perdeu a mãe, a irmã e o pai.

Em 1917, publicou "A Cinza das Horas", de nítida influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, lançou "Carnaval", fazendo uso do verso livre. Já se mostrava um dos precursores da linha modernista, e Mário de Andrade o chamaria de "São João Batista do modernismo brasileiro". Apesar disso, em 1922, por não concordar com a intensidade dos ataques feitos aos parnasianos e simbolistas, não participou diretamente da Semana de Arte Moderna (nem sequer viajou para São Paulo).

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.

Comentário: Autor de sentimentos livres, Manoel Bandeira foi um ícone da literatura brasileira, impulsionado pela escravidão das palavras, revoluciona radicalmente as regras rompendo a monotonia tradicional. Reconhecido mundialmente pela ousadia de direcionar as palavras ao vento, com muito sentimento e sem regras, Manoel Bandeira marca com simplicidade o seu nome na primeira fase de um movimento literário, o Modernismo.
Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910 em Fortaleza-CE e foi a primeira mulher eleita para a ABL (em 1977). Poetisa, cronista e teatróloga, sobressaiu-se como romancista e regionalista. Rachel de Queiroz tem em sua ficção a preocupação de mostrar tanto os problemas sócio-políticos do NE do Brasil como também fazer análises psicológicas. Sucesso de crítica e público, entre suas obras mais famosas encontram-se ''O Quinze'', ''Caminhos de Pedra'', ''Três Marias'' e ''Memorial de Maria Moura.''
Produziu também crônicas,teatro, literatura infanto-juvenil, romances e outros. Por intermédio de seu primo, o médico e escritor Pedro Nava, em 1940 conhece o também médico Oyama de Macedo, com quem passa a viver


Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro. Deixou, aguardando publicação, o livro "Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz.


"[...] tento, com a maior insistência, embora com tão
precário resultado (como se tornou evidente), incorporar
a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à
língua com que ganho a vida nas folhas impressas.  Não
que o faça por novidade, apenas por necessidade. 
Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia
brigando por isso e fez escola."


Comentário:Rachel de Queiroz foi uma grande mulher, por ter capacidade de ser e fazer tanta coisa, ela chega aos 90 anos afirmando que não gosta de escrever sobre o que faz para se sustentar e com tantas experiências também deixou muita história para ser contada

Euclides Cunha

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo (RJ), no dia 20 de janeiro de 1866. Foi escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, tendo se tornado famoso internacionalmente por sua obra-prima, “Os Sertões”, que retrata a Guerra dos Canudos. Nasceu em 1866 no dia 20 de Janeiro em Cantagalo - RJ. Iniciou seus estudos no Colegial Fidelense, era filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha. Depois de alguns acontecimentos vai estudar em outra escola, onde escreve seus primeiros poemas e logo após publica “O Democrata”. Logo após cursa engenharia, matricula-se numa escola militar. Depois de alguns anos casa-se com Ana Emília Ribeiro, onde viaja para a Fazenda Trindade, de seu pai e morre sua filha recém-nascida.

Após concluir a escola superior, torna-se tenente. Baseado nisso escreve críticas ao governo do marechal Floriano, por ter tuberculose Euclides obtém licença do exército, daí então vai para fazenda do pai e vira agricultor.

Volta a colaborar no jornal “O Estado de São Paulo”. Cobre a  4ª Expedição contra Canudos, como correspondente daquele jornal. Em seus artigos, afirma sua certeza na vitória do governo sobre os conselheristas. O presidente Prudente de Morais o nomeia adido do estado-maior do ministro da Guerra, marechal Carlos Machado de Bittencourt.
Reassume seu cargo na Superintendência de Obras Públicas de São Paulo. Publica, em “O Estado”, o “Excerto de um livro inédito”, trechos de “Os sertões”, em que defende a tese de que o sertanejo é um forte, cuja energia contrasta com a debilidade dos “mestiços” do litoral.Seu sogro morre em 1900
É nomeado chefe do 5º Distrito de Obras Públicas, com sede em São Carlos do Pinhal (SP), onde conclui “Os sertões”.Em 1901 nasce seu filho, Manuel Afonso Ribeiro da Cunha. Assina contrato com a editora Laemmert, do Rio, a publicação de 1.200 exemplares de “Os sertões”. Após um trabalho insano de revisão,
chega às livrarias em dezembro, sendo recebido com aplausos e restrições pela crítica sua edição de livros acaba em um pouco mais de dois meses.
Após ter feitos várias viagens, escrever outors livros, e ganhar colocação em concurso,morre dia 15 de agosto de 1909, depois de uma troca de tiros com o aspirante Dinorá e seu irmão.


A Seca

[...]De repente, uma variante trágica.
Aproxima-se a seca.
O sertanejo advinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.
Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo cadente que irradia do Ceará.
Buckle, em página notável, assinala a anomalia de não se afeiçoar nunca, o homem, às calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra.
Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a
estóico. Apesar das dolorosas tradições que conhece através de um sem número de terríveis episódios, alimenta a todo transe a esperança de uma resistência impossível[...]


Comentário:Euclides da Cunha foi digno de tudo aquilo que conseguiu ou conquistou, mesmo tendo enfrentado problemas no exército, com a perca do bebê que sua esposa esperava, com sua doença, enfim, nunca desistiu de nada, e mesmo com tantos obstáculos conseguiu vencer, com muitas histórias pra contar, e muitas marcas em livros.
Euclides da Cunha


Mário Quintana



Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês. No ano de 1914 inicia seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.
Em 1992, a editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) reedita, em comemoração aos 50 anos de sua primeira publicação, A Rua dos Cataventos.
Falece, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos, o poeta e escritor Mario Quintana.


“Bilhete”           
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...



Comentário: Quintana fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época. Seus trabalhos eram elogiados por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira. O fato de não ter ocupado uma vaga na Academia Brasileira de Letras só fez aguçar seu conhecido humor e sarcasmo. A poesia de Mário Quintana sempre chega como uma espécie de sussurro. A palavra é soprada num tom baixo, numa voz comum que não pretende, jamais pretendeu, ultrapassar certos limites de educação. É a palavra do poeta, fazendo e gerando amigos e admiradores.


sábado, 23 de abril de 2011

Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888  Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".
Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.
Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, ativista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo em que produzia a sua obra literária. Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês: "I know not what tomorrow will bring… " ("Não sei o que o amanhã trará").


“Ser Feliz é...”

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
Construir um castelo ...

Comentário: Pode-se dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através dos seus heterônimos (estudo de autores fictícios que possuem personalidade). Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade. Este último fator possui grande notabilidade na famosa misteriosidade do poeta.